… estava pensando, quantas pessoas dizem a seguinte frase: “Deus me chamou para fazer isso...”, “Deus me deu esse dom...”, “Sou líder, por isso me preocupo com sua vida...”, “Você realmente está escutando a voz de Deus? Creio que você deva orar mais, falo isso pois me preocupo com você...” … enfim!
Muitos cristãos tem dito essas frases, muitos tem sido “chamados” para cuidar, para ir, para fazer, para pensar, para dizer … mas para que? Pelo que?
Creio que o sentimento de inutilidade tem permeado a mente de muitos cristãos hoje em dia, contudo, muitos buscam o fazer e o realizar sem sentido, sem realmente saber qual a verdadeira inspiração que move a dedicação ao chamamento de Deus para suas vidas.
Quando olho para alguns momentos da minha vida, percebi que corri atrás de muitas coisas que, aparentemente, eram coisas “provenientes” do chamamento divino. Busquei o ministério de louvor, o ministério de oração, a liderança dos jovens e até mesmo o pastorado. Coisas que sempre “Deus havia falado” em meu coração e havia me dito como era de Sua vontade que cumprisse todos esses chamamentos.
Depois de diversas experiencias e diversas frustrações com tudo que passei, percebi um erro muito grande que estava ocorrendo no meio dessas pessoas: Eu!
Mas por que eu? Por que via pessoas sendo impactadas com momentos maravilhosos através da minha vida, mas nunca estava contente com os resultados que se dissipavam depois de alguns meses?
Comecei a perceber que minha motivação estava fundamentada na base errada! Quantos de nós não usam o pretexto de estarem fazendo algo do pequeno ao grandioso para Deus, simplesmente para serem reconhecidos ou para se promoverem pessoalmente. Quantos de nossos evangelistas não se propõem a ir até alguns lugares estranhos simplesmente para dizer que trabalham para Deus? Quantos de nossos líderes se introduzem na vida das pessoas dando opiniões próprias sem nenhuma experiencia de vida ou fundamentação prática na Palavra de Deus? Quantos usam a letra da palavra para prender debaixo de um cristianismo falso, pagão e ditador, aqueles que ainda não caminham com as próprias pernas?
Comecei a perceber meu outro objetivo, profano e egocêntrico, escondido debaixo de uma “capa cristã”. Depois disso, passei um bom tempo longe daqueles que eu amava e me ajudavam a prosseguir, pois me achava uma pessoa que não poderia continuar servindo-os … OPS! Servindo ??? como assim servindo??
Poxa! Percebi então, depois de alguns meses, o sentido do chamamento de Jesus. Quando Jesus disse para nós: IDE! Em outras palavras Ele disse: Sirva-os! Sirva-os Comigo mesmo! Sirva-os do que vocês viveram enquanto estavam Comigo!
Então é isso! O objetivo central do chamamento de Deus para cada um de nós são eles! Não nós!
Então um verso começou a ecoar na minha cabeça e não parava mais, que dizia: “... o Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu a pregar boas novas aos quebrantados e enviou-me a curar os quebrantados de coração, a por em liberdade todos os algemados e apregoar o ano aceitável do Senhor, o dia da vingança do NOSSO Deus, a consolar todos os que choram e a por sobre os que em Sião estão, uma coroa ao invés de cinzas, óleo de alegria ao invés de pranto, vestes de louvor ao invés de espírito angustiado, afim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para Sua glória...”
O centro do plano eterno de Deus e de Seu chamamento para nossa vida, sempre foi o relacionamento com o homem, independente de cor, raça, sexo, religião e do pecado que cometem. Percebi que para cumprir a vontade e o chamamento de Deus para minha vida, deveria remoldar o “Por que?” e o “Para que? Me disponho a servir a Deus.
Deus quer pessoas formadas em uma convivência diária com Ele, que tenham experiências reais com Ele, que falam de coisas desse mundo, que ensinam como viver o real, o palpável, através de experiências reais já vividas, para que então possam ir aos que não O conhecem.
A igreja não é uma caixa de crentes, ouvintes, que simplesmente babam ao ouvir um pregador falar das maravilhas e milagres que Deus pode fazer na vida deles ou um centro de formação de dependentes “químicos” que se drogam com religião e levam outros a dependência de feitos grandiosos e milagrosos para manterem sua “fé”!
A igreja, como corpo de Cristo, é um centro de FORMAÇÃO DE SERVOS!
Deus não só quer salvar os que não O conhecem, Deus quer salvar o cristão!