Era uma tarde quente, mas com certeza não era uma tarde como as outras, todos gritavam e impacientes empurravam a mulher pelas ruas, corremos, xingamos e praguejamos contra a honra dela. Uma rua mais e o encontramos, abaixado, escrevendo no chão. Jogamos a mulher onde nossos olhos furiosos pudessem fita-los ao mesmo tempo, e aos berros os que lideravam a multidão deram a sentença da mulher “errante”. O homem abaixado levanta sua cabeça sutil e calmamente e diz: “Sim, vamos condená-la, tiraremos a vida dela, comece então aquele que no meio de vocês não tiver pecado!” e voltou ao que estava fazendo. Eu, perplexo com a resposta daquele homem, saí como todos os outros da multidão sem dizer uma palavra, apenas pensando se aquela mulher, aquela prostituta, seria igual a mim, ou se pior ainda, eu seria igual a ela, pecador, errante? Se ela for mesmo igual a mim, eu não teria o direito de julgá-la, nem um pouco, eu teria as mesmas chances que ela de errar e de acertar. Este pensamento me assombrou durante muito tempo, mas isso me fez respeitar um pouco mais quem está próximo de mim, e me fez reconhecer que cresceria como homem e como semelhança de DEUS.
"...movimentos, heróis, lideres, religiões, ideologias sempre tiveram boas intenções mas nunca bastaram, as pessoas sempre se anularam diante destas coisas se esconderam, acharam motivos nos outros e nunca em si mesmo pra justificar a própria mediocridade e defeito."(Rodrigo - Dead Fish)
ouvindo: Red Sam - Flyleaf