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Pelo sangue de Zapata

O Movimento Zapatista inspirou-se na luta de Emiliano Zapata contra o regime autocrático de Porfirio Díaz que encadeou a Revolução Mexicana em 1910. Os zapatistas tiveram mais visibilidade para o grande público a partir de 1 de janeiro de 1994 quando se mostraram para além das montanhas de Chiapas com capuzes pretos e armas nas mãos dizendo Ya Basta! (Já Basta!) contra o NAFTA (acordo de livre comércio entre México, Estados Unidos e Canadá) que foi criado na mesma data.
O movimento defende uma gestão democrática do território, a participação direta da população, a partilha da terra e da colheita.

Algo muito interessante sobre os zapatistas é que a unidade deles é tamanha, que todos se consideram iguais, a ponto de todos se referirem a si mesmos como Marcos... O comunicado que o subcomandante Marcos publicou em 94 explica o porquê de esconder os rostos (ocultando suas diferenças) e porque todos os zapatistas dizem que se chamam "Marcos":

"Marcos é gay em São Francisco, negro na África do Sul, asiático na Europa, hispânico em San Isidro, anarquista na Espanha, palestino em Israel, indígena nas ruas de San Cristóbal, um underground na cidade universitária, judeu na Alemanha, feminista nos partidos políticos, comunista no pós-guerra fria, pacifista na Bósnia, artista sem galeria e sem portfólio, dona de casa num sábado à tarde, jornalista nas páginas anteriores do jornal, mulher no centro da cidade depois das 22h, camponês sem terra, um editor underground, operário sem trabalho, médico sem consultório, escritor sem livros e sem leitores e, sobretudo, zapatista no Sudoeste do México." Enfim, Marcos é um ser humano qualquer neste mundo. Marcos significa todas as minorias intoleradas, oprimidas, resistindo, exploradas, dizendo JÁ BASTA! Todas as minorias na hora de falar e maiorias na hora de se calar e agüentar. Todos os intolerados buscando uma palavra, sua palavra. Tudo que incomoda o poder e as boas consciências, este é Marcos."

O Movimento Cristão você já conhece...inspirou-se na vida, ministério, sacrifício e ressurreição de Jesus, um carpinteiro de Nazaré. - Mas onde eu quero chegar com tudo isso?
E se todos os cristãos, tivessem tamanha unidade que todos se chamassem e considerassem a si mesmos Jesus?
Então Jesus seria o gay em São Francisco, negro na África do Sul, asiático na Europa e tudo que incomoda o poder e as boas consciências, este seria Jesus. Ao que novamente pergunto a você: SERÁ QUE NOS PERDEMOS?

JÁ BASTA!!!

O pensamento cristão é mais forte que Roma
– Marcus Aurelius -