Um dia, a caminho de casa voltando do trabalho encontrei-me com um mendigo que já ia se ajeitando sob uma marquise. Me aproximei dele, perguntei seu nome, perguntei se ela já havia se alimentado e se ele era daqui - afinal era um rosto novo - Me sentei do lado dele por alguns minutos e perguntei se ele estava bem, se eu poderia ajudá-lo, mas resposta dele foi absoluta: “-O senhor pode ficar sossegado porque estou tranqüilo; só falta arranjar um lugar pra dormir, mas acho que aqui está bom.” – concordei com ele, pois havia cobertura, pouco vento e ele tinha agasalhos - o abençoei e segui a caminho de casa.
Descendo a rua eu passei a me dar conta de quantos pensamentos e preocupações ocupavam a minha cabeça naquele momento. Quem seria o mais pobre de nós naquele momento. Eu ou Sr. Antônio? (Afinal, depois de um dia cansativo pra mim e pra ele, um lugar pra dormir era realmente o que importava) - Obviamente, do ponto de vista espiritual havia muito a ser feito na vida daquele homem, mas ao menos naquele momento ele tinha algo que eu e você precisamos: Saber o que de fato importa em nossa vida.
Uma vez eu publiquei uma reflexão intitulada “Sobre ratos e homens”, que trazia o seguinte trecho, baseado numa letra de música: Nós nos perdemos? Estamos dentro de algum lugar... Deveríamos viver por muito mais! Sonhando com a providência... E se ratos e homens têm segundas chances, talvez estejamos vivendo com nossos olhos entreabertos... Talvez estejamos tortos e quebrados.
Salomão também mandou muito bem sobre o tema? - “Mas, quando pensei em todas as coisas que havia feito e no trabalho que tinha tido para conseguir fazê-las, compreendi que tudo aquilo era ilusão, não tinha nenhum proveito. Era como se eu estivesse correndo atrás do vento.“ - Eclesiastes 2:11
A gente facilmente se perde sobre o que realmente importa...
Já comeu pastel de vento???